Comprei este livro na última Feira do Livro de Coimbra.
Foi um impulso, despertado pelas cores da ilustradora Yara Kono e pelo facto da obra ter merecido a Menção do Júri na categoria de Opera Prima nos Bologna Ragazzi Awards 2013 (é o prémio que distingue as primeiras obras de autores e ilustradores, neste caso João Gomes Abreu).
Não é ainda para a Beatriz, apesar de já lho ter lido (a pedido dela).
Não percebe a profundidade da mensagem de João Gomes de Abreu. Eu, umas dezenas de anos mais velha, tive de ler o livro calmamente (duas vezes) para entender a mensagem do livro. Dá que pensar.
Tudo começa quando os ilhéus conhecem os continentais; e desejam ardentemente ser como eles.
O objectivo de vida dos ilhéus transforma-se e concentram esforços na construção de uma ponte que os ligue até ao continente.
Com discursos de políticos pelo meio, a ilha é destruída na demanda deste novo projecto.
Resumindo: a ponte fica concluída mas, devido a incompetências várias, os ilhéus nunca conseguem viver no continente; passam a viver na ponte!
Um final tão inesperado obrigou-me a reflectir acerca do que constitui a nossa identidade, acerca da ligação entre a identidade e o espaço que habitamos e acerca do perigo de perdermos a nossa identidade por querermos desesperadamente ser como o outro.
Um tema intemporal e muito sentido no momento presente, uma vez que sinto diariamente pressão para que os ilhéus, que vivem num país chamado Portugal, sejam outra coisa qualquer pronunciada em alemão.
A editora? Planeta Tangerina, claro!
13 de Setembro de 2013 às 15:51
Ana.
As ilustrações são muito alegres.
A história deve igualmente ser engraçada.
… ” acerca da ligação entre a identidade e o espaço que habitamos e acerca do perigo de perdermos a nossa identidade”…,nem mais!
Começo a gostar muito do teu blog ! 🙂
Bj
José
13 de Setembro de 2013 às 16:27
Que bom! Fico muito feliz, José. Este livro surpreendeu-me, sem dúvida. O meu lado adulto gostou de lê-lo 🙂
13 de Setembro de 2013 às 17:21
Revejo-me na Ana nesta paixão por livros infantis e nas mensagens delicadas, mas profundas, que muitas das histórias nos transmitem. A editora Planeta Tangerina tem livros fascinantes, como este, difícil é resistir a comprar todos, valha-me a desculpa das minhas filhas para ir aumentando a colecção. 😉 Beijinho
13 de Setembro de 2013 às 20:25
É verdade 🙂 Eu recorro muitas vezes à Biblioteca…
13 de Setembro de 2013 às 20:49
A melhor solução! 😉
14 de Setembro de 2013 às 22:56
Gosto muito da forma simples como este livro (e alguns outros que, parecendo infantis, trazem novidade a qualquer idade) nos deixa a pensar. Também gostei muito desta análise-resumo pessoal!
15 de Setembro de 2013 às 23:42
É um livro que trata as crianças com todo o respeito pelas pessoas que são. Nem sempre acontece… (embora na Planeta Tangerina aconteça sempre). Obrigada pela visita, Raquel!