Sinto uma grande admiração por pessoas que viajam sozinhas.
Possuem dentro de si a satisfação plena.
Todas costumam comentar que sentem falta, em alguns momentos, de alguém com quem partilhar a magnífica paisagem ou o episódio caricato, mas é um mal menor.
Para mim, é um mal maior:
O prazer da partilha não se dissocia do prazer da descoberta.
Para além disso, tenho um sentido de (des)orientação tão apurado que iria estar frequentemente em apuros.
Em 1951, a fotógrafa Ruth Orkin, que viajava sozinha por questões profissionais, encontrou, em Florença, a artista Ninalee Craig.
Ruth ficou encantada com esta jovem viajante solitária e decide tirar-lhe uma série de fotografias, com o sentido de incentivar outras mulheres solteiras a partirem nesta grande aventura das viagens solitárias.
Numa praça em Florença, a reacção masculina foi assim.
Ninalee Craig havia de dizer:
“Cobri-me bem com o meu xaile. Era a minha proteção, o meu escudo. Eu estava a caminhar por um mar de homens. Estava a desfrutar cada minuto. Eles eram italianos e os italianos encantam-me”.
Uma mulher ousada e inspiradora.
A fotografia e a informação foram retiradas da Revista Bula.
A admiração continua aqui deste lado, em 2014!
15 de Janeiro de 2014 às 22:26
para mim, é preciso coragem principalmente nos tempos que correm, e depois, um bom sentido de orientação a ler um mapa. tenho cá em casa quem o queira fazer (minha filha) e, não sei se ficarei descansada… falando da foto, é soberba…
16 de Janeiro de 2014 às 0:16
Pois, é fácil falar enquanto filha, agora enquanto mãe também não sei se ainda acho grande ideia 😉
15 de Janeiro de 2014 às 22:31
História e foto maravilhosas. Por duas vezes fiz o Caminho de Santiago a pé e acompanhada. Em ambas as viagens cruzei-me com mulheres que faziam o Caminho sozinhas e isso deixou-me sempre fascinada, mas ao mesmo tempo inquiria-me se o conseguiria fazer. Sinceramente acho que não, mas sempre as admirei e agora, ao ler este artigo, voltei a recordá-las. Beijinho
16 de Janeiro de 2014 às 0:14
Mulheres corajosas e determinadas… nas viagens!
Nós seremos nas outras esferas da vida 😉
Beijinho,
Ana
15 de Janeiro de 2014 às 22:55
Ana, gostei muito dessa postagem. Muito interessante!
Um beijo,
Manoel
16 de Janeiro de 2014 às 0:12
😉
É mais comum encontrarmos homens solitários…
Beijo,
Ana
15 de Janeiro de 2014 às 23:25
Ana,
… ” tenho um sentido de (des)orientação tão apurado que iria estar frequentemente em apuros. “… 🙂
Achei mesmo engraçada esta frase !
Um beijo,
José
16 de Janeiro de 2014 às 0:11
🙂
Só funciono por pontos de referência: altamente falível…
Beijo,
Ana
16 de Janeiro de 2014 às 13:12
Sensacional essa foto! Já viajei sozinha quando era bem mais jovem, mas bem menos “resolvida”. Aprendi bastante, passei por momentos que foram um verdadeiro exercício de auto-conhecimento. Hoje, prefiro viajar acompanhada, principalmente com meus filhotes, me faz um bem danado vê-los descobrindo um mundo novo. Sobre a expressão criado-mudo, é meio antiguinha, hoje costumam chamar de mesa de cabeceira ou mesa lateral, né? Isso é o resultado do meu convívio com minha avó, aliás boa parte de minhas expressões devo a ela :). Beijos!
16 de Janeiro de 2014 às 17:57
E eu delicio-me com estas expressões. Adoro!
Viajar com os filhos é ver tudo pela primeira vez: a quantidade de pormenores que nos escapam…
Beijo,
Ana
16 de Janeiro de 2014 às 14:27
completamente de acordo!!
ps: a própria partilha é em si mesmo uma descoberta, talvez a melhor das descobertas;))
lindo espaço!!! parabéns*
Patrícia
16 de Janeiro de 2014 às 17:58
É mesmo verdade 😉
*Obrigada!
Ana
16 de Janeiro de 2014 às 15:25
Que lindo!! Fiquei fascinada com a Ninalee!
Eu também gosto de viajar com alguém com quem partilhar o meu espanto 🙂 (embora A-D-O-R-E passar horas e horas sozinha…)
16 de Janeiro de 2014 às 17:58
Em sintonia 🙂
16 de Janeiro de 2014 às 16:09
Ás vezes é bom sózinha. Descobrem se coisas q acompanhadas nos passam ao lado. Acho que como tudo, o que custa é o 1º passo 😉
16 de Janeiro de 2014 às 17:59
Provavelmente é verdade: custa sair da zona de conforto…
17 de Janeiro de 2014 às 3:39
Como sou uma figura apaixonada pela solidão e que tenta encontrar as palavras de Baudelaire, Borges, Pessoa nos lugares em que visita, prefiro mesmo estar a sós porque assim o vento repousa em minha pele eu abro os braços para voar. Sempre vou longe. rs
Adoro sentir os lugares e, depois voltar a eles na companhia de outros.
bacio
17 de Janeiro de 2014 às 17:56
Lunna, com esta argumentação tão poética fiquei com vontade de iniciar uma viagem sozinha!
Bom fim-de-semana!
Ana
17 de Janeiro de 2014 às 12:57
Eu entendo bem essa ligação entre partilha e descoberta. Gosto de ficar sozinha comigo quando escrevo ou leio, mas quando inicio uma viagem prefiro partilhar. 😉 Adorei as histórias.
17 de Janeiro de 2014 às 17:56
Comigo também tem sido assim…
17 de Janeiro de 2014 às 14:56
Em tempos que já lá vão viajei sozinha! Sempre gostei de viajar e sempre me soube bem momentos a sós comigo mesma… as duas semanas que estive em Paris, apesar de ter ficado em casa dum colega de faculdade foram uma viagem que fiz sozinha, passeei e conheci a cidade sozinha e adorei a experiência! Além de não ter qualquer receio, posso gabar-me de ter um excelente sentido de orientação…
No entanto, após ter conhecido a minha cara metade, a coisa já não funciona bem assim… fui de férias a Barcelona com uma colega de faculdade e senti-me sempre perdida por não ter o meu companheiro ali ao lado comigo. Gostei das férias e apreciei bastante a companhia da minha colega e grande amiga, mas foi injusto para ela, porque passei a semana inteira cheia de saudades do meu companheiro…
Digamos que a questão de viajar sozinha só tem significado quando não temos nenhum “outro significativo” com quem queremos partilhar!
17 de Janeiro de 2014 às 18:08
Penso que a minha dificuldade se prende precisamente com essa questão.
18 de Janeiro de 2014 às 21:48
Faz tempo que não venho por aqui. Está tudo bem?
Eu nunca viajei sozinha e antes achava que seria horrivel mas agora não penso mais assim, as vezes eu gosto de sair sozinha para refletir um pouco, bom, simplesmente gosto.
Beijos