Já há muitos anos que vou a Monsaraz.
Sei que vou andar a pé, longe de ruídos metálicos, e encontrar as mesmas casas, as mesmas ruas, o mesmo artesanato, os mesmos restaurantes, …
Há qualquer coisa de muito reconfortante nas rotinas e no facto de sabermos, à partida, que as nossas expectativas não vão sair goradas.
Mas desta vez tive duas excelentes surpresas.
A primeira loja de Reguengos: do francês Thierry, que trocou o mundo da moda em Paris pelo Alentejo.
Venci a minha timidez e aconteceu uma conversa tão boa que, de repente, estávamos a falar de compota de chuchu e das dificuldades de ter um quintal no Alentejo.
E também de um percurso de vida e dos nossos existencialismos.
Fiquei a admirar Thierry, porque trocou o conforto de uma vida previsível pelo Sonho.
E porque apresentou esta mudança como uma inevitabilidade: escutou o bater íntimo do coração e seguiu-o, porque não podia deixar de fazê-lo.
E eu fiquei a escutar o meu coração…
Não houve lugar a fotografias à loja e apenas retive o Português com sotaque, o sorriso, a revelação e a luz de Monsaraz.
Todas estas fotografias da loja são Joli.
A segunda revelação: as mantas!
É verdade, eu já tinha olhado para elas.
Mas olhar é muito diferente de ver.
A minha mãe comprou-nos duas pequeninas (de beliche) quando éramos crianças…
São manufacturadas na Fábrica Alentejana de Lanifícios (Fábrica das Mantas) que foi comprada por Mizette Nielsen, nos anos setenta (Pós 25 de Abril).
Outra pessoa anteriormente ligada ao mundo da moda, holandesa, e também encantada pelo Alentejo.
Fiquei, ainda, a saber que os padrões destas mantas remontam à tradição moura, uns antepassados muito esquecidos e apagados pela nossa tradição católica…
O preço, que pode não ser muito acessível, tem uma justificação muito válida:
As mantas são em pura lã tingida (um processo já dispendioso) e tecidas em teares manuais, muito lentamente:
Uma manta média leva três dias a ser tecida.
♥
Não faltam razões para voltar a Monsaraz!
Mas, nestes dois meses que se seguem, só mesmo depois das 18:00h!
29 de Julho de 2014 às 10:37
Obrigada por esta partilha Ana ! Já não a Monsaraz, nem a Reguengos há muitos anos!!! Fiquei agradavelmente surpreendida por saber que Monsaraz continua como sempre e fiquei fascinada com as novas lojas em Reguengos !
29 de Julho de 2014 às 13:07
Vale a pena ser revisitada.
A loja de Thierry é em Monsaraz e cheia de delícias portuguesas 😉
29 de Julho de 2014 às 14:15
Pronto…perdi-me por aqui 🙂
Monsaraz é lindo…não conheci esta loja quando lá estive.
Essas mantas são lindas de morrer, não são !?
Beijinhos Ana!
31 de Julho de 2014 às 12:53
São, mesmo 😉
Merece uma segunda visita!
29 de Julho de 2014 às 18:02
Olá Ana !
O Alentejo é lindo !
Compreendo bem o Thierry .
Calma,simpatia,tempo,comida,paisagem,etc
Agora aparecem os ninhos das cegonhas.
O pior – muito calor !
Viva o Alentejo !
Beijo e boas férias !
José
31 de Julho de 2014 às 12:54
Olá, José!
Também o compreendi, muito bem 🙂
Boas férias!
Beijo,
Ana
1 de Agosto de 2014 às 2:37
Tenho uma admiração gigante por gente que gosta de mudanças. Que lugar encantador, seria um passeio muito feliz pra mim. Confesso que fiquei de olho nos armários cinza :). Beijo
8 de Novembro de 2014 às 19:41
Adoro Monsaraz…Obrigada pela partilha. Quando lá voltar seguirei as sugestões, seguramente.
Tenho vindo a abrir os “frascos” e tenho-me deliciado 🙂 Que feliz descoberta!
8 de Novembro de 2014 às 22:04
É um lugar encantador!
Fiquei feliz com as palavras doces. Obrigada!
Um abraço!
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