O meu Pai cursou História, compilou expressões do Portugal rural do século XX e agora escreve contos ouvidos na sua infância.
Não é por acaso que escolheu o quadro “As Respigadoras” de Millet, para ilustrar a capa da sua recolha de contos…
Li esta frase no seu livro de contos; falava assim de uma das suas personagens, Khadija, a tecedeira da aldeia.
Khadija tinha conhecimentos assentes “nas três religiões do Livro, a Torá, a Bíblia e o Alcorão, e no conhecimento de algumas práticas do culto dos deuses telúricos da antiga Lusitânea, […];
procurava nesta diversidade divina encontrar a cura para as dificuldades do quotidiano.
Em consciência acreditava que todos os seus deuses flutuavam conjuntamente […]”.
“Khadija acreditava piamente que, pese embora todas as calamidades, como as guerras e outros fenómenos que se abateram sobre a humanidade e continuarão a acontecer, o mundo está condenado a sobreviver, para sempre, somente porque o homem não tem capacidade para o destruir;
Deus ou Alá nunca o permitiriam.”
Como o nosso mundo precisa de Khadijas!
8 de Novembro de 2016 às 23:47
Bonito texto. O livro de contos deve ser lindíssimo! Continuação de bom trabalho! Este quadro deixa-me muitas saudades, pois os meus avós maternos tinham uma cópia em sua casa. Uma boa recordação.
Beijinhos
18 de Novembro de 2016 às 0:13
E eu fico a pensar na quantidade de pessoas que matam umas as outras, promovem guerras em nome de um ou outro deus. rá
bacio
21 de Novembro de 2016 às 14:47
É incrível como pode acontecer tanta atrocidade em nome de 1 Deus!