Um pediatra conhecido referia, numa entrevista, a sua estranheza pelo facto dos pais de hoje estarem tão obcecados em proporcionar aos seus filhos os melhores colégios, as melhores atividades, as ideologias mais em voga que se esqueciam do essencial.
Deu o exemplo de uma família que inscreveu o seu filho num colégio Waldorf que o obrigava a percorrer 40km diários, colocando para segundo plano os avós que estavam disponíveis para o neto. O pediatra ironizava e perguntava se era mais importante as crianças relacionarem-se com as árvores ou com as pessoas com uma herança incrível para transmitir.
De facto, o poder dos avós não tem concorrência.
Mas também se aprende muito num passeio com a tia, numa conversa com os vizinhos ou num almoço em casa dos amigos.
Aprende-se o que uma sala de aula nunca poderá ensinar; não é o cálculo matemático, nem a língua estrangeira, mas aprende-se a questionar o mundo (ainda que seja ainda o pequeno mundo dos 5 anos); aprende-se a respeitar o outro e as suas diferenças, aprendem-se competências sociais, inicia-se a autoanálise, desenvolvem-se os afetos.
Se quero que a Beatriz seja poliglota ou tenha o raciocínio de um matemático ou seja um líder do futuro?
Claro, mas apenas na medida em que essas competências lhe possam proporcionar Felicidade.
No fundo de mim, quero que seja uma cidadã lúcida e responsável e uma jovem com os afectos bem resolvidos.
E esse é, sem dúvida, o verdadeiro sucesso do ser humano.
Essa é a verdadeira Felicidade.
Blog da fotógrafa Katrina Campbell.
12 de Janeiro de 2017 às 22:56
exatamente. não acrescento nada. boa noite. 😀
13 de Janeiro de 2017 às 13:40
Às vezes sinto-me um pouco sozinha: há tanta competição… até entre pais 😦
Beijinho, Mia!
15 de Janeiro de 2017 às 0:22
Mesmo aquilo que sinto. A aprendizagem dentro dos dias, das relações, dentro e fora da sala de aula, algo que causa estranheza a tantas pessoas. A minha prioridade também será sempre a felicidade das minhas filhas. Beijinho
15 de Janeiro de 2017 às 20:08
Já esperava essa posição de ti 🙂
Beijinhos para as meninas felizes!
16 de Janeiro de 2017 às 8:42
E minha cara, aqui no Brasil a maioria das escolas hoje são em tempo integral e eu fico a pensar, se eu já me incomodava com o colégio no meu tempo e estudava apenas meio período, imagina as crianças de hoje. E eu tive uma vida infantil cheia de entusiasmo, com atividades paralelas, pessoas, e afins. Acho que alguns pais estão a criar monstros no lugar de pessoas. Aff
Bacio
16 de Janeiro de 2017 às 13:51
A vida corre de tal forma que não há tempo para parar e viver com as crianças.
Por outro lado há pais que colocam as suas expectativas e projecções nos filhos e estes t~em de ser “os melhores” a bem ou a mal.
É triste e perigoso!
Bacio, Lunna!
2 de Março de 2017 às 15:34
Lindo texto. 💗