Marinheiro
“Aquele pássaro que voa pela primeira vez
afasta-se do ninho olhando para trás
Com o dedo nos lábios
Chamei-vos
Inventei jogos de água
na copa das árvores
Tornei-te a mais bela das mulheres
tão bela que enrubescias nas tardes
A lua afasta-se de nós
e lança uma coroa sobre o pólo
Fiz correr rios
que nunca existiram
De um grito ergui uma montanha
e em volta dançámos uma nova dança
Cortei todas as nuvens do Este
E ensinei a cantar um pássaro de neve
Caminhemos sobre os meses desatados
Sou o velho marinheiro
que cose os horizontes cortados”
Vicente Huidobro, Chile, 1893-1948
A poesia ou faz-nos voar ou faz-nos contemplar os pássaros que voam.
Qualquer uma das opções é mais que perfeita.
Adeus!
Imagem de Nhung Le.