Uma dupla cá de casa da responsabilidade dos meus ilustradores preferidos, Bernardo Carvalho e Madalena Matoso, e da editora portuguesa do coração, Planeta Tangerina.
Num mundo feroz e veloz, educar para a contemplação e para o deslumbramento não é fácil.
É preciso, antes, educar para o silêncio e para o recolhimento.
É preciso respirar e seguir o voo da borboleta… e encantarmo-nos.
É um trabalho diário e contracorrente.
Durante o Verão já tínhamos treinado:
Por que razão é que o mar é azul? E salgado? E as marés de onde virão?
E que animais vivem na areia, nas rochas e no azul profundo?
No entanto, tão importante como olhar para fora é olhar para dentro:
Reflectir sobre as emoções, sobretudo agora, aos seis anos, que elas estão a tornar-se mais complexas e a precisar de ser entendidas e discutidas.
A infância (e não só!) é o momento para analisar o que se sente pelos outros e para responsabilizar a criança pelas suas decisões; mesmo pelas incorretas. Que difícil que é, também para quem assiste, vê-la nas primeiras dores do crescimento!
Como adulta, renova-me esta partilha do Maravilhamento: pelo Mundo e pelo Homem, o único ser com um cérebro (e coração!) capaz de raciocínio, de nutrir sentimentos tão profundos e de criar e apreciar Arte!
11 de Novembro de 2017 às 9:51
De uma forma tão concisa e tão clara conseguiste descrever exactamente o que sinto em relação à educação das minhas filhas.
No entanto sinto que estou a perder o pé … uma tem12 anos, vive agarrada ao telemóvel como se fosse um apêndice ( mas porque é que concordei em comprar-lhe o raio do telemóvel?) … às vezes é difícil nadar contra a corrente e não ceder aos caprichos dos filhos quando diariamente ouvimos ” mas toda a gente tem só eu é que não tenho!” … cedemos
Já não sabe estar sem telemóvel quando está sozinha em casa e é isso que me aflige: não sabe estar desligada, não sabe o que fazer… ” Lê um livro” digo-lhe eu ” Não gosto!” diz ela… antes gostava tanto de manualidades agora já não tem paciência… fico triste e sinto-me frustrada e o pior é que a mais nova, ( 7 anos) por infuência da irmã, vai atrás, as brincadeiras adequadas para a idade dela e até mesmo programas de televisão ” são para bebés” diz ela e quer ver o que a irmã vê… Às vezes apetece-me deitar tudo pela janela fora! Telemóveis, televisão e computador 😦
Desculpa o testamento …
Beijinhos e bom fim de semana
p.s: Quanto ao slivros já estão na lista para o Pai Natal 😉
11 de Novembro de 2017 às 22:19
Olá, Dulce:
O que eu escrevi é uma lista de intenções.
Nem sempre consigo concretizá-la e a Beatriz ainda só tem seis anos.
Até aos três anos não tínhamos TV e vivíamos muito felizes, mas agora só me apetece atirar a TV pela janela também.
Estou muito solidária contigo!
Temos horários para os ecrãs, mas há dias em que também eu estou tão cansada e deixo prevaricar…
É uma luta diária!
Alguma da nossa influência há-de ficar lá dentro, espero, apesar das fases difíceis: e a adolescência é muito difícil!
Um abraço!
Ana
P.S. Obrigada pelo desabafo!
12 de Novembro de 2017 às 12:46
Amei o post e a conversa franca nos comentários! Fazemos o possível para criar filhos felizes, solidários, responsáveis, sensíveis e fortes num mundo competitivo, egoísta e egocêntrico e limitador das experiências que se pode ter na infância e ao longo da vida. É difícil mesmo, mas não desistimos jamais😁❤️😘
12 de Novembro de 2017 às 14:27
É esse o espírito, ir sempre insistindo, mesmo quando aparentemente o resultado não é imediatamente visível!
Um abraço!
13 de Novembro de 2017 às 16:41
Imagino que educar filhos nesse tempo não seja nada fácil, se é que algum dia já foi. Mas sei que não tenho talento algum para tal. Me saí mais ou menos bem com o meu cão e só. Tive falhas que em um humano talvez resultasse em caos e só.
Enfim, vamos em frente… há pessoas melhores (como você) para criar filhos.
Eu passo… rs
13 de Novembro de 2017 às 18:41
Ui, Lunna, não sei se é talento… caiu-me no colo e agora é seguir em frente; feliz, claro, mas com dificuldades.
O caos não está fora de questão 😉
Bacio!