Agosto inicia-se todos os anos vagaroso e desaparece com salto de lebre.
Não me conformo.
Desta vez, resolvi vivê-lo quase sem planos e demorei o mês inteiro para desacelerar.
No início de Setembro, prometo sempre voltar a respeitar o meu ritmo natural, mas já sei que em Outubro andarei, novamente, em alta rotação.
Desta vez, consegui estar na minha casa-ninho, na Figueira da Foz, e esquecer tarefas e outras responsabilidades por uns dias. Como parei, também sarei feridas de relações desavindas; amores desavindos com os outros e sobretudo comigo. São os que ferem mais.
Consegui focar-me, durante dias, exclusivamente na Beatriz e respirar o vento frio do Atlântico.

Consegui deitar-me no chão e olhar o céu.
Consegui passear em Coimbra com a Beatriz e mostrar-lhe a minha cidade-escola.

Fiquei muito feliz por perceber que o nosso país já não é o Portugal dos Pequenitos.

Consegui manter a calma e aceitar que o meu escritório se transformasse num famoso restaurante, por tempo indeterminado.

Consegui actualizar o álbum de retratos da Beatriz, enquanto as donas do restaurante me preparavam as mais coloridas refeições.

Não consegui que a Beatriz aceitasse o tédio e o aborrecimento como oportunidades para observar e descobrir o que a rodeia, mas não me dou por vencida.

Consegui rever amigos e jantar na Casa Havanesa, na Figueira da Foz, um lugar com muito significado para mim e onde se janta maravilhosamente.

Confirmei que a Terra Estreita é a minha praia preferida e consegui ler na toalha, pela primeira vez em oito anos.


Não estou a conseguir aceitar que o único mês “a gosto” do ano tenha terminado.
Bom reinício!

6 de Setembro de 2019 às 14:38
Agosto devia demorar, pelo menos, um mês e meio. Bom recomeço 🙂
6 de Setembro de 2019 às 15:37
Era o mínimo 🙂
Este reinício é muito abrupto!
6 de Setembro de 2019 às 22:12
Gosto de te ler. Saudadinhas, muitas. Beijinhos!
7 de Setembro de 2019 às 17:33
Muitas saudades tuas, Marta!
Bom início de ano!
Beijinhos e fico à espera de uma visita!
11 de Setembro de 2019 às 22:13
Engraçado, meu agosto sempre foi estreito-curto-pequeno e ao chegar ao Brasil, não me acostumei ao efeito contrário, por aqui, reclama-se que agosto trava, para, fica e eu sempre o vejo acenar e ir-se… até Caio Fernando Abreu reclama de agosto e da mania que o mês tem de invadir outros meses, insistir em ficar. Cá estou há tantos anos e não encontro esse tal demora que tanto pontuam. Enfim, agosto começou e terminou num sopro.
Ah, deixe-me te falar, saudades da minha cidade-escola Coimbra. rs
bacio
12 de Setembro de 2019 às 15:32
É sempre curiosa a forma como vivemos os mesmos 31 dias! Por aqui também foi um sopro!
Coimbra é uma cidade excelente para estudar e viver!
Bacio!