Com dez anos, a Beatriz lê sozinha, durante a meia-hora que instituí, cá em casa, de leitura diária silenciosa.
No entanto, continuo a trazer livros da biblioteca para uma amorosa leitura a duas, antes de adormecermos.
É a melhor forma de nos despedirmos do dia: abraçadas, no meio das mais belas aventuras.
Entre biografias, livros de aventuras e reflexões, por vezes, voltamos aos livros com ilustrações e histórias simples.
Como este, com a história do Lucas.
Lucas sabia, desde bebé, que tinha um destino: voar.
Passava os dia à janela, com os olhos perdidos nos pássaros.
Tentava, a todo o custo, realizar o seu sonho. Apelou até para divindades, como o Pai Natal. Sem sucesso!
Na frustração em que vivia, nem se entusiasmou quando a mãe lhe explicou que havia outras formas de voar.

Quando lhe ofereceram um livro, foi avançando, hesitante,… até que se entusiasmou.
Tal foi o entusiasmo que a situação se descontrolou.
Insanamente.
Só quem nunca entrou no mundo da ficção e da poesia é que não compreende esta insanidade que, quando temos sorte (e o livro certo), se apodera do nosso espírito.
Felizmente, o Lucas aprendeu a controlar os voos e a desfrutar a viagem.
Da escritora Rocio Bonilla e editado, em Portugal, pela Jacarandá.