Viver na aldeia trouxe muitas vantagens à nossa vida.
Aprendemos a respirar mais devagar, quando seguimos o crescimento lento das flores e das plantas.
A Natureza nunca tem pressa e cresce de tal forma primorosa que nos coloca no nosso devido lugar.
Outra das vantagens: os vizinhos.
Não sei se é assim em todas as aldeias, mas nós fomos tão bem recebidos que ficámos, constantemente, sem saber como retribuir.
Aqui raramente sou Ana. Sou a neta da Sra. Rosa.
Ninguém imagina como é bom ser pequenina outra vez.
A D. Adélia é a vizinha da frente: preocupa-se se não nos vê e partilha connosco tudo o que a horta produz.


A Menina Lurdes é a vizinha do lado: tinha um café onde comprávamos rebuçados coloridos quando éramos pequeninos.
A minha Avó dava 20 escudos ao meu irmão para comermos rebuçados com os filhos das suas clientes da sala de costura.
A sala da costura funcionou, nestes três últimos anos, como escritório.
A máquina de costura não saiu do lugar e fez-nos companhia.
E há a D.Olinda, que vive mais longe, mas nos presenteia regularmente.
Com poejo, com espigas, com abóboras, chuchus, com sorrisos e boa disposição.


E a minha Tia Alice, que é vizinha da minha Mãe, e faz um passeio semanal com a Beatriz.
E que, para além do que não pode ser fotografado, me ofereceu esta pequena maravilha.

Esta semana, mais uma vez, despeço-me do local onde comecei a criar raízes.
Levo todas estas ofertas no peito e rumo à nossa segunda cidade, Estremoz.
Não falo da minha família-berço e dos amigos que deixo, mais uma vez, porque não quero uma despedida demasiado triste.
Penso na família e nos amigos que nos vão receber.
Até breve!
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