Carl Honoré, impulsionador Slow Movement, diz que as nossas crianças estão assoberbadas de actividades: cansadas, ansiosas e sem espaço para brincar, nas suas agendas tão preenchidas.
A E., colega da Beatriz, tem natação às segundas e sextas; ballet às terças e quintas e música aos Sábados.
Chega a casa, diariamente, às 19:30h, toma banho, janta e dorme, exausta.
Disse à Avó que lhe faltava tempo para brincar.
Eu compreendo os pais da E…. eu também sinto um impulso para proporcionar à Beatriz todas as experiências enriquecedoras que consiga encontrar.
Mas onde está o limite?
A Beatriz tem ballet duas vezes por semana.
Costuma ir alegre e radiante.
-Mãe, hoje não quero ir: quero ficar em casa a brincar com os legos.
-De certeza? Não queres dançar com a E., com a M., com a professora M.,…?
-Não, quero brincar contigo.
Ficámos.
Sem certezas.
Achei que obrigá-la a ir quebrava para sempre uma actividade que se quer, em primeiro lugar, prazerosa.
Como harmonizar o maior número de experiências com um dia excessivamente preenchido?
E com uma filosofia de vida que se pretende, sempre que possível, slow?
Não tenho a resposta, mas definitivamente não quero que a Beatriz tenha uma agenda mais preenchida do que a minha!
A imagem é daqui!