O psicólogo Daniel Rijo disse que a melhor prenda que podemos oferecer a um filho é deixá-lo passar um fim-de-semana em casa de um amigo.
Proporcionamos-lhe uma aprendizagem sobre a dinâmica de outra família e oferecemos-lhe um cenário de comparação que o faz reflectir sobre a sua própria dinâmica familiar.
Depois dessa experiência, um filho pode regressar mais exigente ou grato.
E a sua capacidade de auto-análise dispara.
Mesmo que, num primeiro momento, possa não ter muita noção disso.
Achei que fazia todo o sentido.
Sempre gostei muito do meu núcleo familiar; acho que fomos todos Família enquanto estivemos juntos.
E essa união solidificou-se, porque os meus pais nunca tiveram televisão na cozinha.
A hora da refeição era bem mais do que uma hora… e sempre muito conversada.
Achei estranhíssimo quando, na adolescência, passei o fim-de-semana com uns amigos e vi que todos engoliam o almoço em silêncio e, em meia-hora, cada um voltava aos seus afazeres como se aquele momento em conjunto fosse desconfortável.
Nós iniciámo-nos na partilha das manhãs.
Também entre as crianças pequenas há fenómenos inexplicáveis: a amizade é um coup-de-foudre que vive de cumplicidades, por vezes, pouco óbvias.
Apesar da diferença de 5 anos, estas duas meninas brincam como se se conhecessem desde sempre.
Para já, é a Marisa que vem até cá.
Eu sou completamente incapaz de passar a noite sem estes pés aqui por casa.
Vou tendo desculpa, porque aos três anos ainda não há muita capacidade de auto-análise…