Foi um Verão de histórias e descobertas.
Partilhadas.
Andámos por várias bibliotecas e conseguimos vários livros novos todas as semanas.
O Grande Voo do Pardal foi o grande voo da Beatriz para narrativas mais extensas e complexas.
Eu descobri os livros infantis de Lídia Jorge e redescobri o prazer literário do conto.
O protagonista Henrique Gaspar descobriu que uma casa perfeita, um jardim perfeito, um sofá Divani perfeito não preenchem uma vida.
E descobriu que um coração não se preenche se não se partilhar a vida com outro ser: nem que seja um ser aparentemente com “penas enxovalhadas, cinzento encardido […] irrequieto, glutão, atrevido”.
Antes de afastar o “montinho de penas”, invasor do jardim perfeito, com um “piparote” sente um baque no coração:
“Uma perna só! Oh! Pobre pardalinho!”
O Perna Só instala-se na casa perfeita e as lições sucedem-se para Henrique Galvão.
Valores como compaixão, altruísmo, amizade e liberdade perpassam o livro.
As ilustrações de Inês de Oliveira revelam esses valores de forma extraordinária: não me canso de apreciar as ilustrações.
A Beatriz, na véspera da devolução do livro, pediu-me para o comprar.
Eu só precisava de uma desculpa para voltar às compras dos livros infantis, mas penso que será muito lido por nós e um excelente mote para discutir questões profundas que a Beatriz ainda não tem capacidade para problematizar.
Editora: D.Quixote.