Desde pequenina que a Beatriz adora bibliotecas e livrarias.
Em Estremoz, não existe uma boa livraria, mas somos assíduas visitantes da Biblioteca.
Em Coimbra (e na Figueira da Foz), éramos clientes Bertrand: sentávamo-nos no chão e partíamos à descoberta.
O Papagaio de Monsieur Hulot veio assim para nossa casa.
Tudo na vida deste Monsieur acontece de forma inesperada e surpreendente.
Desde o nascer do dia: agora é de noite!
Mas acendo o interruptor, abro a primeira super-página do livro, e o dia amanhece!
A acção desenrola-se à volta destes pormenores do Monsieur Hulot (ainda mais despistado do que eu) e da compra de um papagaio com muita vontade de fugir.
Vale-lhe o apoio da velhinha Torre-Eiffel para atingir os seus intentos e apanhar o papagaio com a mais nobre missão do mundo.
Sim, Monsieur Hulot é muito romântico!
E a Beatriz, ainda antes de tagarelar ininterruptamente comigo, com os bonecos, com a Branquinha, com os legos, garfos, facas e copos,… apontava para a amada de Monsieur Hulot e dizia: “Mamã!”.
Como?
Eu não sou ruiva!
Mas esta personagem gosta muito de ler…
O livro não tem texto, mas as imagens são tão ricas e repletas de pormenores que nas primeiras 30 vezes que o folheei, fui sempre descobrindo detalhes cómicos e mais ou menos misteriosos.
O autor é David Merveille, e a personagem é inspirada na célebre personagem de Jaques Tati, como nos deixa adivinhar a última página do desastrado Monsieur Hulot.
A editora Kalandraka.