Sinto uma grande admiração por pessoas que viajam sozinhas.
Possuem dentro de si a satisfação plena.
Todas costumam comentar que sentem falta, em alguns momentos, de alguém com quem partilhar a magnífica paisagem ou o episódio caricato, mas é um mal menor.
Para mim, é um mal maior:
O prazer da partilha não se dissocia do prazer da descoberta.
Para além disso, tenho um sentido de (des)orientação tão apurado que iria estar frequentemente em apuros.
Em 1951, a fotógrafa Ruth Orkin, que viajava sozinha por questões profissionais, encontrou, em Florença, a artista Ninalee Craig.
Ruth ficou encantada com esta jovem viajante solitária e decide tirar-lhe uma série de fotografias, com o sentido de incentivar outras mulheres solteiras a partirem nesta grande aventura das viagens solitárias.
Numa praça em Florença, a reacção masculina foi assim.
Ninalee Craig havia de dizer:
“Cobri-me bem com o meu xaile. Era a minha proteção, o meu escudo. Eu estava a caminhar por um mar de homens. Estava a desfrutar cada minuto. Eles eram italianos e os italianos encantam-me”.
Uma mulher ousada e inspiradora.
A fotografia e a informação foram retiradas da Revista Bula.
A admiração continua aqui deste lado, em 2014!