Imagens degradantes de seres humanos.
Não, não são humanos.
Não podem ser.
São “refugiados”.
São “imigrantes clandestinos”.
Comem o que encontram, dormem no chão, morrem.
Contraio-me.
Contorço-me.
60 000 000 pais, filhos, irmãos, tios, primos.
Metal pesado no estômago.
A Beatriz!
Náusea.
Crianças.
Desorientação.
Recomeçam as urgências do dia:
a louça, o banho, a mochila, a lancheira, a história,…
A Terra dá outra volta e as imagens de horror esbatem-se distantes e a indignação adormece.
A vida continua.
Para nós.
Há quem se levante e seja humano.
O Presidente de Oliveira do Hospital.
Não sei quem é, não conheço a cor política, nem o passado.
Nem me interessa.
Quer receber 10 famílias e todo o agregado familiar.
Tem 10 casas, quer integrar 30/40/50 crianças nas escolas do seu município.
No meio da miséria – material e humana – uma pequenina luz bruxuleia.