Quando referi o móvel da minha Bisavó Celeste, a Helka do blog Forma: Plural utilizou a expressão garimpar.
É a palavra que melhor traduz o que faço: recolho objectos antigos, mais ou menos usados, como se fossem pepitas de ouro ou pedras preciosas.
Já falei da feira de velharias no post sobre o mercado de Estremoz.
Mas o meu espírito recolector estende-se a todas as áreas.
Fico especialmente satisfeita quando me oferecem/emprestam roupa de criança com história, como este casaco que já foi usado pela prima Carminho e agora passeia com a Beatriz. Ou o capuchinho azul da Maria João, a filha da Palmira.
Uma confissão: não consigo usar roupa em segunda mão cuja proveniência desconheço.
Apesar de todo este discurso, tenho cá as minhas esquisitices. Talvez um dia lá chegue…
Fico também radiante com prendas como estas da filha da Palmira e da filha da Amélia.
Às vezes sinto-me mesmo uma respigadeira, sobretudo quando recolho o que está condenado ao fim ou quando olho para os contentores do lixo. Foi um hábito que ganhei com um grande amigo e que já me valeu alguns tesourinhos.
Como esta porta-espelho recuperada por ele.
Numa casa antiga e enorme como a de Estremoz encontrei um manancial incrível e, como existem poucos móveis para arrumação, decidi procurar e aproveitar o que já estava abandonado há muitos anos.
As toalhas da Beatriz arrumam-se num cesto que veio da Ilha da Madeira com presentes para toda a família.
Na altura em que se traziam muitas lembranças e os cestos iam no avião sem complicações.
E os sapatos descansam das correrias do dia numa mala muito viajada e que já atravessou várias vezes o Atlântico.
Como só estou há três meses nesta casa “tão grande”, sinto-me uma garimpeira com muito por explorar.
E com esperança de muito “bamburrar”.
Esta expressão foi mesmo para impressionar – “bamburrar” :
Eu também não conhecia!