Coimbra, 2012
-Como é que uma festa académica, a Queima das Fitas, tem como atracção musical Quim Barreiros?
-Professora, não seja elitista!
(Eu a sentir-me entre o amarelo e o cor de laranja, metafórica e literalmente!)
Elvas, 2017
-A repressão do Estado Novo… limitação da liberdade de expressão… censura e PIDE…
-Professora, precisamos de Salazar.
(Eu a ficar vermelha, metafórica e literalmente!)
Sem radicalismos, sinto-me muito mais desconfortável com a segunda posição.
Espero de todos os jovens uma inocência e uma Fé no Mundo e no Homem que nem sempre lhes corre nas veias.
O mundo mudou e a esperança vai-se escoando, embora a maior parte deles agarre o futuro, entre notícias constantes de desemprego, ataques terroristas, radicalismo e demagogia política.
Um discurso alarmista terá consequências:
uma geração desconfiada e assustada viverá no individualismo, na intolerância e, consequentemente, na insensibilidade relativamente aos mais frágeis.
Esta geração não merece o cheiro a mofo do quarto escuro.
Quero que os seus olhos brilhem e o seu coração seja de todas as cores!
Imagens de Rosie Hardy.
2 de Junho de 2017 às 16:48
Infelizmente acho que caminhamos para a segunda. Enfim, o sol continuará a brilhar.
2 de Junho de 2017 às 18:39
Isso são comentários repetidos por miúdos que ouvem graúdos a dizer o mesmo, porque a memória é curta. Mas tenho em mim muita mais fé nas próximas gerações e na sua tolerância do que tenho na minha, como diria Dylan:
“Come mothers and fathers
Throughout the land
And don’t criticize
What you can’t understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin’
Please get out of the new one
If you can’t lend your hand
For the times they are a-changin’.”
Claro que, como em todas a épocas, há-de haver coisas boas e coisas más. 🙂
4 de Junho de 2017 às 14:07
Sabe o que me espanta nessa realidade? E que a música da Elis Regina ainda faça tanto sentido ‘ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais’.
E não vejo como a próxima geração possa ser diferente disso, haja visto que seguimos a patinar nos mesmos erros e desacertos de sempre. Cá no Brasil há quem deseje de volta a ditadura militar. E acredite, a grande maioria aqui não está nada satisfeita com a Democracia por não saber o que fazer com tanta liberdade.
E mesmo a esquerda brasileira e ditadora em suas ações. Impoe opiniões e não admite ser contrariada. Eu espio e penso, não era para a gente aprender com os erros?
Bacio, que junho seja melhor e menos ruídoso que Maio
5 de Junho de 2017 às 17:48
Lunna, era mesmo para aprender com os erros, mas quando há insatisfação, medo, ignorância e desorientação vale tudo: qualquer opção parece válida.
Que junho seja silencioso e cheio de luz.
Bacio!